Por que o Chaves não está mais no SBT e o que isso tem a ver com você, designer?
Pipipipi…
Em agosto de 2020 uma notícia se espalhou como fogo no capim seco: depois de quase 4 décadas, o SBT não iria mais transmitir os programas do Chaves e Chapolin, clássicos da infância de muita gente.
E eu vi algumas pessoas revoltadas com a rede do Sr. Abravanel. Só que dessa vez, a culpa não é dele.
Ao que tudo indica, a briga está ocorrendo no México entre os dois detentores dos direitos de propriedade intelectual sobre a obra: a TELEVISA, com quem o SBT tinha contrato firmado e a empresa de Roberto Gómez Fernández, filho do Roberto Bolaños, nosso eterno Chaves.
Não contavam com a astúcia da PI
O grande protagonista desse episódio são os direitos de propriedade intelectual. (PI pros íntimos). Sem ter acesso aos contratos, eu só posso especular o que pode estar acontecendo de fato.
Mas é comum que em contatos com agências de televisão/produtores de conteúdo, o criador da obra ceda a totalidade dos direitos autorais materiais, ficando apenas com o direito de remuneração de uma parcela do que for recebido pelos contratos com terceiros – os royalties.
Só que muitas vezes essa cessão tem um prazo limitado – 20 a 30 anos. Parece muito tempo, mas acredito que podem ter chegado ao fim dele agora e a empresa do filho do Bolaños está querendo aproveitar a oportunidade pra aumentar a fatia dos royalties que têm direito.
Ninguém tem paciência comigo
Sabendo disso, você já deve ter ficado chateado com o “filho do Chaves”, né? Calma aí. Pode ser que ele tenha razão nas reivindicações.
É muito comum que artistas em começo de carreira não saibam da importância da proteção aos direitos de propriedade intelectual e, também movidos por dificuldades financeiras, topem todas as condições do contratante.
E muitas vezes acabam ficando com direito a apenas uma migalha dos royalties.
Como não tenho acesso aos contratos, não tenho como ter certeza, mas sei que há chances de ele estar brigando por uma causa justa, corrigindo uma injustiça que cometeram contra seu pai. Vai saber.
E o Kiko?
Fiz esse post porque rolou uma discussão interessante sobre esse assunto no grupo dos alunos do meu curso sobre contratos para designers, o Assina Design.
E alguns alunos ficaram impressionados de ver na prática o que falo sempre no curso: se você conhece seus direitos, pode proteger e monetizar melhor suas obras. E esse é um exemplo prático.
São “só contratos”, mas estão impactando na vida de milhões de telespectadores pois existe uma grande proteção legal aos autores.
Numa proporção menor, um cliente seu pode ter problemas numa negociação futura por falta de um registro de marca ou uma cessão bem definida num documento contratual. E você pode ajudá-lo a evitar esse tipo de treta.
No meu curso Assina Design você vai aprender o que é e para que serve o contrato.
Você também terá as respostas às principais dúvidas sobre esse instrumento vital para os negócios. Além disso, o curso está repleto de dicas de como utilizar o contrato como uma ferramenta estratégica de monetização.
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